A forma como buscamos informações no Google nunca mais será a mesma! Com o lançamento oficial do Modo IA no Brasil, a experiência de pesquisa passou a ir além dos tradicionais links azuis e resultados ricos.
Agora, em vez de apenas listar páginas, o Google utiliza a inteligência artificial generativa para oferecer resumos diretos, rápidos e contextuais no topo dos resultados.
Essa mudança altera não apenas a forma como as pessoas consomem informação, mas também a maneira como sites e marcas precisam se posicionar. O que antes era uma disputa por cliques e posições no ranking orgânico, hoje se transforma em um desafio de visibilidade dentro dos resumos de IA.
Nesse cenário, surge uma pergunta inevitável: como fica o SEO em meio a essa mudança? Neste artigo, vamos entender melhor como o Modo IA do Google funciona e como essa nova tecnologia impacta diretamente os conteúdos orgânicos.
O que é o Modo IA do Google?
O Modo IA do Google marca uma grande mudança na forma como usamos o buscador. Em vez de exibir uma lista de links para artigos, sites e vídeos, o Google agora gera respostas resumidas com base em inteligência artificial sobre o tema pesquisado.
A primeira mudança foi com as chamadas AI Overviews (Resumos de IA), que aparecem no topo da página e trazem os pontos mais importantes sobre o tema pesquisado, acompanhados de links para quem quiser se aprofundar.
Figura 1: Print da tela de buscas do site da Google, com o termo “O que é MBA in Company” sendo pesquisado.

Essa evolução, apresentada oficialmente no Google I/O em 14 de maio de 2024, começou como um experimento chamado Search Generative Experience (SGE). Hoje, após algumas atualizações, essa função está disponível nas buscas em uma aba exclusiva, adicionada antes mesmo dos resultados convencionais, e ganhou o nome de Modo IA.
Figura 2: Print da tela de buscas do site da Google, com o termo “O que é MBA in Company” sendo pesquisado na aba do Modo AI.

Essa funcionalidade consegue separar pesquisas em subtópicos, realizar múltiplas buscas ao mesmo tempo, e entregar informações mais organizadas e relevantes em um só lugar.
A ideia é simples: deixar que a IA faça a maior parte do trabalho de pesquisa, poupando tempo e trazendo as informações que ela considera mais relevantes para a sua pesquisa.
Gemini e Modo IA são coisas diferentes?
Elizabeth Reid, Chefe de Pesquisa da empresa, explicou no artigo “Generative AI in Search: Let Google do the searching for you” que a experiência de IA nas buscas é resultado da combinação entre o Gemini — modelo multimodal de inteligência artificial — e a própria tecnologia de pesquisa do Google.
Isso indica que estamos falando de duas coisas diferentes, mas que estão conectadas. De forma simplificada, podemos pensar assim:
- Gemini é o motor: ele é o modelo de IA mais avançado do Google, capaz de compreender e gerar informações em diferentes formatos, como texto, imagens, áudio e vídeo. Ou seja, é a tecnologia que sustenta tudo e que tecnicamente é uma família de modelos que inclui LLMs (Large Language Models) e versões multimodais (LMMs).
- Modo IA e AI Overviews são os veículos: para as buscas, o Google desenvolveu uma versão personalizada do Gemini, projetada especificamente para lidar com consultas em tempo real e entregar resultados rápidos.
- AI Overviews: criam resumos inteligentes, que aparecem no topo dos resultados de pesquisa, acompanhados de links para aprofundamento.
- Modo IA: oferece uma experiência mais interativa, na qual a pessoa pode se aprofundar nas perguntas, explorar novos caminhos e manter um diálogo contínuo.
Para exemplificar ainda mais essa diferença, podemos pensar no Gemini (LLM) como um motor de carro. Cada versão nova do Gemini é um motor mais atualizado e com desempenho aprimorado.
Nos bastidores, essa experiência se apoia na infraestrutura do Google: o índice da Busca, os sistemas de qualidade e os algoritmos de ranqueamento. Utilizando técnicas como query fan-out (processo que divide uma pesquisa em subconsultas relacionadas), essa estrutura explora a web para coletar e sintetizar as informações em uma resposta com links relevantes.
É assim que o Gemini recebe os dados para gerar os resultados. O “motor” (Gemini) entrega desempenho e compreensão, enquanto o “veículo” (Modo IA/AI Overviews) organiza a experiência para levar a pessoa do ponto A ao B de forma mais interativa.
Como funciona o recurso IA do Google, na prática?
Na prática, o Modo IA transforma a experiência de busca em algo mais direto. Em vez de apenas mostrar links ou vídeos, ele atua como um assistente inteligente dentro do próprio Google.
Desse modo, quando é feito uma pergunta utilizando esse recurso, o sistema analisa o contexto, identifica os principais pontos da dúvida e organiza a resposta em blocos resumidos. Ele não precisa ser ativado, pois já está integrado na plataforma.
O Google Modo IA pode dividir a pesquisa em subtópicos, como mencionamos, além de realizar buscas simultâneas em diferentes fontes e, em seguida, apresentar uma visão ampla, pronta para ser consultada em segundos.
Outro ponto importante é que o resultado de IA do Google mantém os links das fontes originais abaixo ou ao lado dos resumos. Isso permite que ainda possamos verificar informações e acessar conteúdos mais detalhados — o que é essencial para a credibilidade das respostas.
De forma resumida, esse modelo reduz a necessidade de abrir várias abas, tornando a busca mais rápida. Além disso, o Modo IA é capaz de aprender com as interações, refinando a forma como organiza os resultados ao longo do tempo.
Olhando para o futuro, a aposta é que a funcionalidade evolua para além da busca de informações. Como aponta Ruan Barbosa, nosso CEO:
“O Google já trabalha em iniciativas para integrar novas funcionalidades ao Modo IA, como permitir que as pessoas realizem uma compra diretamente na página de resultados. Embora ainda não esteja em operação, os avanços vistos em outras plataformas, como o ChatGPT, indicam que a integração de ações transacionais é o próximo passo lógico para esta tecnologia.”
As pesquisas convencionais no Google vão acabar?
Não, as pesquisas tradicionais não vão desaparecer, mas seu papel está mudando de forma significativa. A própria liderança do Google tem reforçado que esse processo não deve ser entendido como uma escolha pela IA ou a busca convencional, e sim como “IA na busca”.
Em entrevista à Semafor, Liz Reid, Chefe de Busca do Google, deixou essa visão clara: “Não vemos essa divisão. Eu vejo como a IA permitindo que a pesquisa faça mais das coisas que sempre quis fazer.”
Na prática, isso significa que, para a empresa, a IA não está substituindo a pesquisa ou a web, mas se integrando a ambos, de forma multimodal, personalizada e conectada à própria lógica da internet. Ou seja, uma estratégia que busca evoluir a experiência, não a apagar.
Para atender as pessoas que preferem o formato clássico, o Google lançou o filtro “Tudo”, para as pesquisas convencionais e o “Modo IA”, no Brasil, para separar ambos os tipos de busca. Assim como já acontece com as abas de “Imagens” e “Notícias”.
Com essa mudança, como fica o SEO dos sites?
A chegada do Google IA Mode e também do AI Overviews representa uma grande transformação no campo de SEO. Isso porque essas ferramentas impactam duas frentes: uma possível queda no tráfego orgânico e a necessidade de uma adaptação estratégica por parte de marcas e produtoras de conteúdo.
Diversos levantamentos já demonstram como a AI do Google está diminuindo os cliques em links azuis, como:
- Um estudo do Pew Research Center mostrou que, quando há resumo de IA, apenas 8% das pessoas clicam em links, contra 15% quando ele não aparece.
- Já a Ahrefs, após analisar 300.000 palavras-chave, descobriu que a presença do AI Overview resultou em uma taxa de cliques (CTR) média 34,5% menor para a página na primeira posição. O estudo focou em buscas de intenção informativa, que, segundo a própria pesquisa, acionam 99,2% dos resumos de IA.
Esses números aceleram o fenômeno das chamadas “buscas de zero clique”, em que o Google entrega a resposta completa já na página de resultados da IA, sem necessidade da pessoa acessar o site.
Leia também: Ahrefs — Descubra o que é, Como Funciona e Quais os Seus Recursos
Novas tendências e estratégias de SEO
Diante desse novo cenário, a estratégia não se resume mais a buscar a primeira posição nos resultados. Embora essa continue sendo uma das principais metas, outros objetivos também ganham destaque:
1. Citação no Google pela inteligência artificial
Mais do que conquistar o topo dos links azuis, o foco também é ser mencionado(a) nas respostas geradas pela IA. Mesmo quando não há clique, a presença no resumo confere autoridade, visibilidade e fortalecimento da marca.
2. Qualidade acima de tudo: E-E-A-T
A prioridade é criar conteúdos que transmitam Experiência, Especialidade, Autoridade e Confiabilidade (E-E-A-T), o que é essencial para áreas mais sensíveis como saúde, finanças e direito. Ou seja, conteúdos relevantes, originais e que respondem de forma clara às dúvidas das pessoas tendem a ser privilegiados pela IA.
3. Otimização estrutural e técnica
A forma como o conteúdo é apresentado influencia diretamente se ele será aproveitado pela IA. Estruturas bem organizadas — como cabeçalhos claros, listas, uso de dados estruturados (Schema) e respostas objetivas logo após uma pergunta — facilitam o trabalho do algoritmo na hora de identificar e destacar informações relevantes.
Em outras palavras, o SEO na era da inteligência artificial não se resume mais a disputar palavras-chave soltas. O foco é autoridade temática e conteúdo bem estruturado, capaz de ser útil tanto para as pessoas quanto para os sistemas generativos do Google.
Agora que você já conhece o Modo IA, responda à pergunta: a estratégia de conteúdo da sua empresa está preparada para impactar tanto às pessoas quanto o Google IA?
Se a resposta for não, saiba que você pode contar com a expertise da Ecto para desenvolver um plano de SEO e conteúdo que posicione sua marca nos buscadores e traga resultados reais.
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Imagem de capa — Fonte: Freepik (2025)