Este ano comecei a publicar alguns conteúdos aqui no LinkedIn para testar a funcionalidade dos artigos, pois queria utilizar a ferramenta como um recurso de blog para alguns conteúdos que tinha em mente. Após algumas publicações aqui na plataforma, cheguei a conclusão que não vale a pena escrever conteúdos aqui no LinkedIn com a intenção de obter tráfego orgânico proveniente dos mecanismos de buscas. Abaixo detalho um pouco mais dos fatores que me levaram a essa decisão.
Cenário de análise
Para analisar se valia a pena continuar publicando aqui no LinkedIn, realizei a publicação de 8 artigos aqui na ferramenta este ano com as seguintes características:
- Conteúdos relacionados ao meu perfil ou áreas de atuação da minha rede.
- Artigos detalhados e com conteúdo rico como imagens (com textos alternativos em grande maioria), exemplos reais e até mesmo materiais extras para que o pessoal pudesse se aprofundar no conteúdo.
- Links contextualizados entre os posts (além dos links que existem naturalmente na plataforma ao final dos artigos).
Todos esses conteúdos foram únicos e escritos apenas para esta plataforma (nada foi copiado de outro lugar ou copiado daqui e colocado em outro site).
Desempenho orgânico no LinkedIn
Vale ressaltar aqui que essa análise foi feita sobre um olhar no alcance orgânico nos mecanismos de buscas (ex.: Google, Bing e outros), ou seja, a minha opinião é para esse cenário e não no alcance orgânico de pessoas aqui dentro da plataforma.
Para este cenário, meus 8 posts tiveram um pouco mais de 1.000 visualizações (que realmente entraram no post) em cerca de 3 meses desde a data de publicação desses posts, em uma rede de aproximadamente 2.000. Sobre esse lado, a ferramenta trouxe bons frutos e um engajamento incrível.
Se fosse publicar esse conteúdo em um blog novo (fora do LinkedIn), provavelmente eu não teria esse alcance no curto prazo. Portanto, se você precisa impactar organicamente as pessoas de maneira rápida, aqui é uma boa escolha!
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O grande problema de indexação
O maior problema que encontrei com os meus posts aqui no LinkedIn foi a parte de indexação do conteúdo por parte dos mecanismos de buscas, pois seria o primeiro passo para obter visitas orgânicas dos buscadores. Dentre os 8 posts publicados, apenas 1 foi indexado no Google nesses 3 meses de vida.
Como estava acompanhando o desempenho orgânico desses posts, notei que eles não tinha sido indexados pelo Google, pois realizava pesquisas bem específicas como:
- título completo do post
- “título completo do post” em aspas duplas
- título completo do post + meu nome
- “trechos do conteúdo com aspas duplas” para pesquisar exatamente aquele conteúdo.
Um exemplo disso que falei anteriormente:
E dentro os 8, apenas 1 artigo meu do LinkedIn foi indexado no Google:
Dos 8 artigos, 6 possuem ruan-barbosa na URL (é um padrão do LinkedIn). E não sei explicar o motivo pelo qual os outros não foram com ruan-barbosa e apenas barbosa, talvez pelo tamanho dos títulos ou mudança na regra.
Com não estava vendo mudanças na indexação ao longo do primeiro mês, tentei um “hack” simples de colocar esse conteúdo com um link na minha página inicial do LinkedIn:
Fiz isso pelo fato de ser uma forma mais fácil do buscador encontrar o meu conteúdo, pois essa página está indexada no Google:
Mesmo um pouco mais de 1 mês após realizar essa modificação no meu perfil, os posts não foram indexados. Além disso, dentro deste post há links internos para outros posts, o que poderia facilitar a “encontrabilidade” desses outros conteúdos por meio dos robôs de buscas.
Algo não saiu como o esperado
Fui investigar um pouco mais a fundo esse diretório do /pulse/ (que é onde ficam os conteúdos de quem publica utilizando o recurso). Segundo o SEMrush, ocorreu uma queda considerável no tráfego orgânico do site para esse diretório:
Eu não tenho o conhecimento histórico das mudanças que ocorreram no LinkedIn nesse período (e nem fui muito mais a fundo para investigar), mas ao que tudo indica, pode ter acontecido duas coisas:
- Mudaram a regra da slug da URL e não fizeram redirecionamento. Por exemplo, antes era algo como /pulse/nome-do-post-12345 e depois ficou como /pulse/nome-do-post-autor ou ativaram caracteres especiais na URL sem o devido redirect.
- Mudaram a tecnologia que renderiza o conteúdo. Em tempos de frameworks em JavaScript, utilizaram algum que não fazia a renderização ao nível de servidor ou esqueceram de configurar isso quando viraram a chave.
Eu apostaria minhas fichas na segunda opção, pois é algo mais comum de passar batido em sites grandes como o LinkedIn. Além disso, a validação técnica disso é um pouco mais delicada.
E se é algo nesse sentido, provavelmente algo ainda afeta a parte da indexação do site.
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Considerações finais
Tendo em vista esse cenário e esses problemas de indexação, não aconselho o LinkedIn com o objetivo de inserir conteúdos que possam ser encontrados por outras pessoas.
Por exemplo, eu fiz uma série de artigos que dou dicas sobre como utilizar o Google Sheets e explico sobre algumas fórmulas. Na teoria, esse tipo de conteúdo poderia ser pesquisado por outras pessoas que encontraram cenários semelhantes ao que eu detalhei em cada um deles. Com isso, estando apenas no LinkedIn, eles correm o risco de não aparecerem em buscadores como o Google.
O LinkedIn ainda continua sendo uma ótima ferramenta de alcance orgânico dentro da plataforma e também para visibilidade do seu perfil profissional, por isso, meu conselho é você repensar a estratégia de como você compartilha e qual o formato do conteúdo irá publicar e ir realizando testes como esses que detalhei aqui no artigo para ver se seu conteúdo é indexado.
E você, costuma publicar artigos aqui na plataforma? Algum ponto para complementar ou discordar? Conte um pouco mais da sua experiência.
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